quarta-feira, 9 de novembro de 2011

... Entretanto, e com um guinar de olhos sobre a primeira página do primeiro texto, eu lia: « Calar-me não creio ser solução para o meu descontentamento...»
Li e reli e... sou capaz de o ler mais uma vez ou duas... até decorar! É um texto bem elaborado, num estilo que prende, sem cansar, algo diferente do rectilíneo sujeito, predicado e complementos, por esta ordem, e foge, portanto, também desse modo, à vulgaridade! Lê-se, com interesse do princípio ao fim, e de um trago!!! Experimente o leitor!!!
Fugindo, também eu, à pecha de estender por aí além... qualquer crítico juízo de valor sobre os 17 capítulos que compõem este bonito Cálice de Sonhos, para terminar, e à minha pequena medida, o mesmo que no fim de uma visita a uma Exposição de Pintura, um crítico notável de arte, respondeu o Pintor - Autor que lhe perguntou: - e, então, que tal, acerca de ...?
-  Gostei!...
Também eu, meu Caro Autor, gostei dos seus quatro personagens; da forma como lhes dá vida, os trata os  veste e os faz mover; sempre com uma tal delicadeza de trato, que me parece refinado amor! E não será? »Melrai... os lábios, duas aves de voar-me o segredo do desejo, nas dunas duma demorada sede»...; ou ainda «... chamar o sol e inventar nos sulcos da memória, os dizeres do tempo». Que tal?
- Gostei!...
               
                                                                  Félix Augusto Ribeiro
                                                        *curto enxerto do prefácio ao livro


Uma das vertentes deste novo livro de Álvaro de Oliveira - Cálice de Sonhos - é a sua profunda interioridade, mesmo quando deixa espelhar-se em cambiantes de revolta e convite à reflexão, porque: "Calar-me não creio ser solução para o meu descontentamento.
Um autor que se emiscui na perversidade da palavra a autonomizar-se, uma prosa poética descontraída na tela do papel, belamente semeada na enxurrada da mistura da vida e do sémen da esperança. O amor por demais evidente, às vezes como denúncia, outras como recordação / saudação, em que o cenário são duas mulheres fundidas numa só, embora o ciúme impere não  raro entre elas, e o autor se mostre, por isso, embaraçadamente feliz.

                                                                          Albino Baptista
                                                                           In" Palavra Dialogada

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